sexta-feira, 1 de outubro de 2010

DEBATE PRESIDENCIAL NA GLOBO



Hoje cedo, quando abri meu blog, naveguei em busca de informações sobre o debate entre os presidenciáveis na rede globo e vi um artigo muito interessante no blog "Jornaleiros". Abaixo segue texto original:



Amigos, confesso envergonhado: assisti a todo o debate entre os candidatos à Presidência, na TV Globo, na noite desta quinta-feira.
Ouvi Dilma Rousseff descrever todos os feitos extraordinários do governo de Lula, sempre na primeira pessoa do plural.
Ouvi Plínio de Arruda Sampaio discursar sobre não pagar a dívida externa, sobre o imposto da fortuna, e sobre outros delírios.
Ouvi José Serra malhar sistematicamente os oito anos de governo do PT, e inflar suas conquistas como prefeito, governador e deputado.
Ouvi Marina Silva falar que todos os problemas devem ser olhados sob um ponto de vista abrangente.
Ouvi William Bonner repetir que tudo no debate foi decidido no mais aleatório sorteio.
Não ouvi a palavra EDUCAÇÃO.
Por um momento, me perguntei: eu vivo na Finlândia?
(Aliás, minto. Ouvi três vezes a palavra "educação", en passant, perdida no meio de discursos sobre coisas menos importantes. Duas vezes foi o Serra, uma vez foi a Marina.)
Claro que saúde, transporte, meio-ambiente, saneamento, habitação e ajuda social são temas importantes. Ninguém possui dúvidas quanto a isso.
Mas a educação é o maior e principal problema brasileiro. Repito: a educação é o maior e principal problema brasileiro.
Em qualquer debate sobre o futuro do Brasil - qualquer, até mesmo a mera discussão na mesa do boteco - o tema da educação deveria ser obrigatório.
Mas acontece o seguinte: no Brasil, a educação de base é um tema que não dá votos. A população pobre do país - que decide as eleições - acha que não tem direito à educação. Acha que é para os indivíduos das classes superiores. Os pais, que não tiveram educação, consideram que já é suficiente que seus filhos estejam na escola, mesmo que esta seja de péssima qualidade.
A educação é uma aposta de longo prazo, ao passo que a política brasileira é claramente pautada nos resultados imediatos. Lula é o sujeito mais popular do país, exatamente porque é um imediatista.
A educação não foi discutida nem nos blocos com tema sorteado, nem nos blocos com tema livre. O que deveria ser a prioridade foi um assunto solenemente ignorado durante as duas horas de programa.
O maior derrotado nesse debate patético é o povo brasileiro.
É o Brasil.
O Brasil que continuará sendo importador de conhecimento e exportador de bens materiais.
O Brasil que nunca será um país com uma economia baseada no conhecimento.
A Revolução da Educação é para ontem. Se tivéssemos começado ontem, só obteríamos resultados satisfatórios daqui a quinze anos.
Mas, no domingo, elegeremos um presidente que ignorará, por quatro anos, o maior problema da nação. Quatro anos são muito tempo. Trata-se de mais uma geração de crianças brasileiras perdidas, sendo educadas como se tivessem nascido no Gabão, no Zimbábue ou na Etiópia.
Muito se fala de distribuição de renda. Que o Brasil tem a pior distribuição de renda do mundo. Mas eu quero distribuição de conhecimento.
Muda, Brasil!
PC


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